Herança, presente ou comprado de amigo: amantes do Fusca cuidam do veículo como joia

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Já ouviu aquela máxima: ‘Ele é como se fosse parte da minha família‘. E é exatamente assim que os amantes de Fusca o tratam. Aliás, 37 anos depois do veículo parar de ser fabricado, pela Wolksvagen, ainda tem gente que sonha em ter um estacionado em casa. E quem tem, raramente “abre mão”, então, é realmente uma relíquia de quatro rodas.

Família foi buscar veículo no Paraná. Foto: Deilson Furlan/Jornal Midiamax
Família foi buscar veículo no Paraná. Foto: Deilson Furlan/Jornal Midiamax

No caso do Deilson Furlan, de 26 anos, o “Pequi 75” – apelidado dado ao veículo- foi presente do avô, que ele recebeu quando tinha apenas 15 anos de idade.

“Minha avó foi buscá-lo em Cascável, no Paraná, voltou rodando com ele, então, comecei a cuidar dele quando era guri ainda. Fui gostando, me apegando cada vez mais. Depois, passou um tempo, guardei na garagem e aí entrei no quartel”, argumentou.

Desde então, o Fusca permaneceu guardado. “Fui reformando, mexendo em alguns detalhes dele, porém, sempre mantendo original. É um carro de 1975, com manual do carro, chave original. Sou apaixonado nele”, contou.

Mais um presente do avô

Avô fez a reforma do Fusca em sigilo e preparou surpresa para neta. Foto: Gisele Botareli/Jornal Midiamax
Avô fez a reforma do Fusca em sigilo e preparou surpresa para neta. Foto: Gisele Botareli/Jornal Midiamax

A esteticista Gabriele Botareli César, de 22 anos, também foi presenteada por um Fusca pelo avô. A entrega do carro inclusive foi filmada e postada nas redes sociais, mostrando o amor da jovem pelo veículo. A mãe dela, Gisele Botareli César, de 37 anos, contou que o veículo, exatamente na cor vermelha, sempre foi uma paixão dela.

“A ideia surgiu no Natal passada, quando houve a entrega do presente pelo papai noel. Ela recebeu um presente, ficou bem emocionada, mas, comentou que o sonho dela era ter um Fusca. Na época, todo mundo já sabia desse sonho antigo, já tinha uns seis ou sete anos que ela comentava isso. Meu pai então começou a pensar ainda mais, como poderíamos realizar este sonho dela”, contou Gisele.

Fusca foi comprado e reformado em sigilo

Gabriele no dia que ganhou o Fusca. Foto: Gisele Botareli/Jornal Midiamax
Gabriele no dia que ganhou o Fusca. Foto: Gisele Botareli/Jornal Midiamax

Morando em Aquidauana, Gisele contou com a ajuda do cunhado, que trabalha em uma garagem de carros e começou a pesquisar Fuscas à venda.

“Na mesma hora o Diego [cunhado] lembrou que o patrão dele também é apaixonado por carros antigos e que, talvez, poderia vender um deles. Foi aí que a venda do Fusca vermelho deu certo e todo o trâmite foi feito em sigilo. Em dezembro, foi feita uma reforma e meu pai veio para cá e me disse que não era para deixar ela financiar nada, nem carro e nem moto, porque ele teria uma surpresa pra ela”, relembrou.

Mesmo sem entender direito, concordei com ele. “Nos despedimos e fui leva-lo até o carro. Foi quando ele contou que comprou um Fusca para Gabi e ainda disse que estava reformando desde dezembro. Falou que estava ficando lindo e aí eu já fiquei emocionada, pois, sabia o quanto ela ia amar. E de lá pra cá fui segurando ela e acompanhando a reforma”, disse.

‘Ando como se fosse uma nave’, diz vendedor

O vendedor Joshua Adam Pereira Souza, de 32 anos, adquiriu um Fusca há 5 meses. No entanto, apaixonado por carros antigos, disse que já teve outros dois ‘Fuscas’, duas ‘Brasílias’ e agora pretende também adquirir uma Kombi.

Vendedor adquiriu carro há 5 meses. Foto: Joshua Souza/Jornal Midiamax
Vendedor adquiriu carro há 5 meses. Foto: Joshua Souza/Jornal Midiamax

Ao todo, investiu cerca de 30 mil neste último carro, com pintura, reforma do interior e instalação do ar-condicionado.

“Ele era verde, ficou preto e ando nele como se fosse uma nave. Fiz a reforma, eu gosto muito deste carro. Na verdade, foi o primeiro carro que o meu pai teve. Foram três que ele teve também. É uma paixão que tenho desde criança e agora ando com ele pra cima e pra baixo. Gosto do barulho do motor lá dentro. Minha filha gostava mais da Brasília, mas, gosta do Fusca”, finalizou.

Fuscão preto foi presente de rifa

Veículo possui lugar especial na casa do Josimar. Foto: Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax
Veículo possui lugar especial na casa do Josimar. Foto: Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax

O jornalista e diretor administrativo Josimar Palácio, de 35 anos, brinca que possui o “Fuscão Preto original da música”. “Uma senhora, cartorária em Bandeirantes, ganhou ele em uma rifa e, como ela estava de idade, não conseguia mais dirigir. Daí eu comprei e o dei de presente para o meu filho Gabriel, de 10 anos”, comentou.

Segundo ele, a filha mais velha, de 12 anos, não ficou com ciúmes do presente porque todos da família passeiam no Fusca, aos finais de semana. “Nós vamos na Afonso Pena, passeamos bastante e eu cuidado dele. Mudo de lugar para não pegar sol e levo rotineiramente, mesmo sem andar nele. É pra manter o brilho”, contou.

Conforme Palácio, o veículo é de 1972, motor 1.300. “Está original, do mesmo jeito que eu comprei, não mexi nada. É uma paixão nossa, o Fuscão preto da música”, finalizou.

Interior do Fusca 1972. Foto: Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax
Interior do Fusca 1972. Foto: Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax

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